Rugas lisuras de sua pele de seda
O cheiro do seu ninho mais ninho
A nervosia do seu carinho
Quero o toque: mão na coisa, coisa na mão
Apertar seu pneuzinho, mergulhar na santa madre
Igreja dos prazeres celestiais
Lamber seus restos, suas sobras
Tudo o que ainda existe e não partiu desse lugar
Tudo o que quer viver e adia o dia de findar
Quero o calor do seu frio, seu pavor de amar
Sua pelve, sua vulva, sua orelha plástica
Devorar seu fígado, suas entranhas
Encostar minha cabeça no seu peito hirsuto
Conduzir a minha dama a um orgasmo incandescente
e depois dele a um silêncio tão absoluto
que a poesia já não seja necessária